Não descendentes também podem morar no Japão
Nesta postagem vamos dar prosseguimento as maneiras de vir ao Japão com o título Vir ao Japão – Não Descendentes . Aqui vamos abordar as outras várias maneira de vir ao Japão a trabalho ou estudo. Como foi falado na postagem anterior, é possível vir ao Japão sem ser descendente de japoneses. Mas, isso não siginifica que o processo seja simples ou fácil.
Categorias Elegíveis de vir ao Japão
As outras possíveis formas de vir ao Japão sem ser descendente são:
- Turismo
- Estudo
- Trabalho
Turismo
É possível vir ao Japão com o visto de turismo que é de curta duração, 90 dias. Quem mora no Japão e quiser trazer um parente para passear, a pessoa poderá solicitar no consulado japonês no Brasil, um visto de turismo. Neste caso, este visto poderá ser renovado por mais 90 dias depois que a pessoa estiver no Japão. Note, que não estou dizendo que isto acontecerá infalivelmente. Quem decide a concessão de visto no Brasil é o consulado e no Japão, a imigração.
Para que o visto seja concedido, existem vários critérios que devem ser levados em consideração. O principal, é que a pessoa deverá ter condições de se manter no país pelo prazo especificado. Geralmente, é solicitado que a pessoa comprove ter condição financeira suficiente (não vale saldo bancário repentino). Serão solicitados também passagem de ida e volta e reserva em hotel pelo período estipulado. No caso de quem vem a convite e vai ficar hospedado com parentes, é solicitado comprovantes de parentesco, mensagens trocadas confirmando o convite, além do compromisso de quem convida se responsabilizando legal e financeiramente pelo convidado.
Estudo
É possível também vir ao Japão como estudante. Nesse caso, deve-se levar em consideração os gastos necessários com todo o processo. Tudo deve estar de acordo com o tempo em que se pretende ficar estudando no Japão. O custo de vida no Japão é alto, e portanto os gastos para se manter e pagar a escola, caso não tenha uma bolsa de estudos, podem ser bem elevados. É bom ficar ciente também, que se houver permissão de trabalho enquanto estudante, geralmente não será um trabalho de tempo integral e o salário não será suficiente para se manter no Japão. O gasto médio mensal para se manter e pagar a escola, pode sair por volta de R$12.000, enquanto um trabalho de meio período poderá render uma média mensal de no máximo uns R$3.000.
Em caso do estudante ser descendente, as coisas podem ficar muito mais fáceis, pois não dependerá do curso ou do trabalho para permanercer no país. E isso, é uma coisa que pode ajudar bastante. Além de que, poderá trabalhar sem restrições, caso tenha oportunidade, ou contar com o suporte da família que mora no Japão.
Já no caso de não descendentes, todo o processo de permanecer no Japão, vai depender de estar matriculado em alguma escola ou contratado em alguma empresa. É importante também, ficar ciente que o aprendizado do idioma japonês será imprescindível. Algumas escolas técnicas e universidades até oferecem cursos em inglês, mas são muito limitados. Trabalhar e viver no Japão falando apenas inglês, vai ser praticamente impossível.
Concluir os estudos e continuar trabalhando
Se você pretende morar no Japão e não é descendente, é importante saber que, para conseguir um trabalho que possa lhe garantir um visto de permanência, é preciso ter nível superior, pelo menos 10 anos de experiência na área e nível de conhecimento do idioma japonês de no mínimo o JLPT N2 (proficiência na lingua japonesa nível 2). Se você não tem essas qualificações, mas quer vir de qualquer maneira, pode solicitar visto para estudar japonês no Japão, concluir o curso e depois com a ajuda da escola, procurar um curso superior profissionalizante ou universitário.
Lembrando que tudo isso vai custar muito caro, e você deve planejar bastante todo o processo. Além de que, vai ter que estudar com afinco e cumprir os prazos determinados, pois qualquer deslize pode resultar na perda de visto de estudante. Se esse é o seu objetivo, serviços como o GOGO NIHON podem ajudar em sua empreitada.
Trabalho
Como em qualquer outro país, não é possível simplesmente comprar uma passagem de turista e vir procurar emprego no Japão. Se você não é descendente e não tem visto de permanência, também é possível vir trabalhar no Japão, mas é preciso seguir alguns pré-requisitos. Em primeiro lugar, é preciso que uma empresa esteja necessitando dos serviços qualificados que você oferece. Então, essa empresa pode fornecer o certificado de elegibilidade baseado na lista de serviços qualificados determinados pela imigração japonesa. Não pode ser um serviço sem qualificação que qualquer pessoa possa execer.
Principais visto de trabalho:
Profissional Altamente Qualificado: Podem trazer acompanhante, cônjuge ou filho.
- Professores
- Médicos
- Jornalistas
- Artistas
- Engenheiros
- Pesquisador
- Cientista
- Gestor de Negócios
Profissional Especializado: Experiência mínima entre 3 e 10 anos na área em que atua.
- Cozinheiros
- Arquitetos
- Pilotos de Aeronave
- Trabalhador de Fábrica
Um conselho de quem mora há mais de três décadas no Japão
Como falei anteriormente, eu acho muito válido quem procura conhecer culturas diferentes. E também acho que ainda vale a pena vir ao Japão. Entretanto, indico que você pesquise bastante e se intere de como é viver no Japão. Uma das coisas que mais vejo, principalmente agora depois do surgimento das redes sociais, são reclamações de brasileiros que moram por aqui. E não é qualquer tipo de reclamação. As pessoas estão no Japão há muito tempo e de uma forma ou outra tem algum tipo de frustação com a vida que levam.
De um lado, estão os antigos dekaseguis e seus descendentes, do outro, pessoas que vieram para empregos qualificados. Alguns falam o idioma fluentemente, outros não se interessaram em aprender o idioma, porque acreditavam que de uma forma ou de outra poderiam passar sem ele. E geralmente o que existe em comum entre essas pessoas, é que não acharam importante se inserir na sociedade japonesa. Algumas dessas pessoas, até se casaram com um nativo, mas de acordo com o que falam, dá para perceber que vivem em uma bolha. Estão no Japão, mas na verdade vivem em uma realidade paralela.
Os dekaseguis, vivem o dia a dia apenas da comunidade brasileira. Os profissionais altamente qualificados, vivem o dia a dia do seu grupo, falam em inglês as vezes até com o cônjuge japonês que conheceram no trabalho ou na escola. Outros se especializaram no idioma japonês, mas parecem que são acadêmicos e estão longe do povo comum e falam coisas totalmente desconexa da realidade.
Por fim, meu conselho
No dia a dia do japonês comum, as vezes ele não quer falar com ninguém, e ao te encontrar finge que não te viu. Às vezes, falar muita coisa é desnecessário e só um monossílabo é suficiente. Se diz que a sociedade japonesa é machista, mas não falam que quem manda na casa é a mulher, inclusive recolhendo todo o dinheiro e dando uma mesada ao marido. A figura do veterano é levada em consideração, e a opinião das pessoas mais jovens é sempre deixada em segundo plano, mesmo que saibam mais.
Então, será que essa sua vontade irrefreável de morar no Japão, está disposta a enfrentar todos os percalços de viver em uma cultura completamente diferente? Provavelmente, a cada novo dia, você vai se deparar com alguma situação que não está de acordo com o universo que você compreende. E de repente, é mais fácil acreditar que tudo isso é só contra você.
Se você pretende mesmo morar no Japão, tente aprender, se inserir e ver as coisas com novos olhos.
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